Flores Mortas

Flores Mortas na jardineira de minha alcova
Os raios de sol tentam sair do pélago da escuridão
Mais uma noite em claro e de dor
faço de minha pena uma arma contra a solidão
E sobra um livro escrito e morto, e vívido
O sol tenta se sobrepor aos raios brancos da lua
Minhas flores outrora cultivadas, já estão murchas
Minha pena não para de desenhar palavras
E imaginando histórias, escrevo poemas mórbidos
Meus dedos cansados e doloridos
Dedos estes que passaram a noite em claro
Escrevendo, poetizando sobre o que eles nunca sentiram
Amor. . .

Assim o dia vem tomando conta do mundo
Minha cela ainda está na penumbra.
Eu vivo! Ainda vivo. . . Mas não sinto. . .
Meus cabelos vermelhos, outrora foram castanhos
Meus olhos verdes, outrora choraram tanto. . .
E minha mão, sem descanso escreve,
Escreve tentando saciar sua sede de expor a dor
Tornar minha dor, uma dor do leitor
E ao mesmo, um prazer tão deleitoso, quanto amar
E estes versos sensíveis fogem da luz do dia
Eu não quero encontrar a luz! As pétalas estão caindo! . . .
Minhas flores não resistem ao sol, já que nunca tiveram
Amor. . .

E continuando escrevendo, raios de sol invadem o porão
Quando percebi, era tarde, as flores morreram. . .
As flores morreram! O sangue escorre em minhas mãos
Suas pétalas, seu cálice, seu caule, seus espinhos
Todos despedaçados no chão e esquecidos na escuridão
Flores vermelhas, flores brancas, todas sendo levadas pelo vento
Gotículas de sangue caem sobre seus caules mortos
E brotam-se novas flores. Flores de cor nacaradas!
Mistura das cores. A beleza da nova cor encanta o sol
Que por mais um dia fazem minhas flores luzirem
E as fazem resistir pelo menos até o próximo amanhecer,
Mesmo que elas não consigam o que imploram,
Amor. . .

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