Bucolismo

Olhe as estrelas como brilham na noite
Olhe os escravos, escute o estalar do açoite
Nada mais te assustas, tu estás indiferente
Teus olhos são impassíveis, tua pálpebra está dormente
Escute o bater das ondas nas areias infindas
Volte à nossa terra, e ela não te darás boas vindas
Já não me serve mais o teu singelo amor
Tu conseguiste apenas trazer-me muita dor.
Escute os suspiros chorosos de uma donzela abandonada,
E veja as palmeiras outrora vivas, agora derrubadas.
Sinta o vento nefasto e doloroso da Beira-mar,
E o mundo, feliz e amado, diz: - Ele não consegue amar. . .
Respire o ar bucólico de uma cidade do campo,
E cubra algum morto com um manto.
O manto da dor, do amor e da tristeza.
Tu nunca foste amante de uma marquesa;
Nunca vivestes numa terra de palmeiras destruídas,
De sabiás mortos, onde almas não têm vidas,
Onde minha vida não tem mais amores,
Onde jardins já não têm mais flores. . .

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