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O Tudo e O Nada

Quando tenho amor, tenho tudo Quando não a tenho, tenho nada Pois tudo, é tudo aquilo que tenho, mais o   nada que não tenho E o nada é nada, tudo aquilo que   não tenho, mais o nada que tenho Mas o nada é preenchido quando se faz tudo E o tudo acaba quando se faz nada Que por sua vez não vive sem o tudo O que impossibilita o tudo viver sem o nada E o amor que surge do nada Transforma-se num tudo Num tudo de que a vida é feita Num nada de que o vazio é feito Num nada em que a vida é desfeita Num tudo em que o vazio é desfeito Minha vida não passa de nada Meu vazio é o tudo Tudo aquilo que não encontro E nada aquilo que tentei encontrar Não encontrei o tudo Só encontrei todo aquele nada Portanto, o nada consume o tudo O tudo consome o nada Provando que tudo tem o nada E o nada tem o tudo. E assim o mundo e as pessoas giram Para alguém ser feliz Um outro alguém será infeliz E assim o tudo e o nada se criam.

A Bossa

  Ah! Que saudades daqueles tempos. . . O violão desafinado entoando sua voz Nós dois juntos, abraçados, apertados. . . Os tempos eram difíceis, eram duros Mas tínhamos um ao outro; Nossos corpos entrelaçados Fazia-me esquecer que o mundo era difícil, A realidade era somente você; Saía para a rua, não sabia se iria voltar, Mas certamente, sabia que sempre iria amar-me Talvez não percebi, mas eu era muito feliz, Ao seu lado, sentindo o seu amor Apesar dos pesares e do mundo difícil Na vitrola girava a fossa, girava a bossa E no coração girava o amor. . .   A dor Ah! Que saudades. . . Ah! Como era bom . . .  

Admirável Mundo Novo

  À Aldous Huxley Procuro um mundo melhor Menos medíocre e individual Um mundo repleto de vida Cores e movimento Um mundo melhor.   Procuro um mundo justo Ainda que seja injusto E tão desigual entre semelhantes... Um mundo caduco, esclerosado Disforme, sujo e desfocado.   Procuro um mundo novo Outrora desaparecido, desapercebido Com semoventes normatizados Cegos pelo delírio consumista Do medo que se auto consome.   Procuro um mundo vivo Onde é possível enxergar A vida que passa e disfarça E seus sons, cores e pessoas Vivas! Sem o torpor cadavérico.   Procuro um mundo para mim Que eu me reconheça parte Que eu possa agregar E não estar segregado Como um extraterrestre.