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Mostrando postagens de dezembro, 2004

Mudanças

Não gosto de mudanças! Esbraveja uma voz de meu interior. Tento empurrá-la, ocultá-la Mas é impossível negá-la... Mudanças incomodam-me a alma Talvez necessito de um mundo estático, Pragmático, para poder acalmar o espírito Porque ele vê nas transformações A destruição de seus mundo organizado Fazendo dele um caos, um nevoeiro Impedindo-me de enxergar O que era outrora tão racionalizado... Confuso, meu ser teme perder-se E ficar desorientado, sem rumo Com medo de tentar reorganizar Para encontrar novamente a lógica perdida, Já que ele não sabe se conseguirá Reconstruir sua visão idealizada.

Bucolismo

Olhe as estrelas como brilham na noite Olhe os escravos, escute o estalar do açoite Nada mais te assustas, tu estás indiferente Teus olhos são impassíveis, tua pálpebra está dormente Escute o bater das ondas nas areias infindas Volte à nossa terra, e ela não te darás boas vindas Já não me serve mais o teu singelo amor Tu conseguiste apenas trazer-me muita dor. Escute os suspiros chorosos de uma donzela abandonada, E veja as palmeiras outrora vivas, agora derrubadas. Sinta o vento nefasto e doloroso da Beira-mar, E o mundo, feliz e amado, diz: - Ele não consegue amar. . . Respire o ar bucólico de uma cidade do campo, E cubra algum morto com um manto. O manto da dor, do amor e da tristeza. Tu nunca foste amante de uma marquesa; Nunca vivestes numa terra de palmeiras destruídas, De sabiás mortos, onde almas não têm vidas, Onde minha vida não tem mais amores, Onde jardins já não têm mais flores. . .